Estação Inverno/Verão 2005/2006

2005- O ano das incertezas e das léguas percorridas

Sepulto o 2004 inconsequente, arriscado e louco. A vida profissional de pernas para o ar e o ar tão frágil sem se conseguir ageuentar nas canelas... Provei a angústia e o pessimismo de quem percebe, finalmente e por obrigação, que a vida não depende apenas de nós. Que há o acaso, o ocaso e que só há coincidências. Crescimento. Mas veio também a sensatez, o bom-senso, o imperativo de se escolher, de se decidir definitivamente embora desconfie que nada é irreversível. Tornei-me mulher na sua plenitude como uma estrela que se atreve a brilhar. Viajei. Muito. Exterior e interiormente. Zanguei-me para sempre com o meu melhor amigo. Conheci e reconheci países. carimbei cidades, aprendi e apreendi aldeias com os meus passos e com os pneus da auto-caravana. Madrid, Barcelona, Monte Carlo, Turim, Roma, Paris, Andorra. Lisboa outra vez e a ponte cora de entusiasmo para me receber. Um Verão morno. Uma tentativa frustrada de reconciliação. Não vale a pena. Não vales a pena. Partir de novo. à descoberta de uma África que transpira sexualidade. A Ilha do Sal presenteou-os com o mar mais domesticado que já tive oportunidade de saborear... Um novo emprego. Uma nova máscara. Viver duas semanas a sós comigo mesma no Porto. Não gosto da cidade velha, escura e labiríntica. Descubro que tenho medo da solidão. Fico à espera que ele resolva. Dou-me um tempo internamente. A mim não a ele. O relógio não pára. Acaba o tempo. Para sempre, outra vez. O meu homem reclama, finalmente, esse estatuto. Sente que o merece. Puxa-me pela cintura e possui-me. Convida-me a entrar permanentemente numa casa. Na nossa casa. Fico. Um ano é que nós fazemos dele...

2006- O ano das possibilidades

Tudo é possível. Os dados estão lançados. Venham daí as infinitas possibilidades...