E só porque amanhã vou de férias...

Uma breve aula de história!

ESLOVÉNIA
Dentro das fronteiras da pequena Eslovénia concentra-se uma espantosa diversidade de paisagens, que vão desde o litoral mediterrânico aos picos nevados dos Alpes. Há quem lhe chame “a Europa em miniatura”

Encravada entre a Itália, a Áustria, a Hungria e a croácia, a Eslovénia sempre esteve na rota dos principais conflitos europeus. Foi anexada pelos Habsburgo da Áustria, invadida por Napoleão, assaltada pela Alemanha e finalmente integrada na Federação Jugoslava. Sendo uma das mais ricas repúblicas da antiga Jugoslávia e a única que apresentava uma uniformidade étnica e religiosa, a separação deu-se em Junho de 1991, quando foi declarada unilateralmente a independência, que se realizou com rapidez após curtos combates com as tropas de Belgrado.
O seu território de apenas 20 256 km2 (uma área menor que o Alentejo) divide-se numa incrível variedade de cenários, onde não faltam extensos campos de vinhas, bosques de bétulas, planaltos perfurados por um complexo sistema de grutas, lagos de origem glaciar e mesmo uma pequena costa com uma curiosa atmosfera mediterrânica.

Metade do país encontra-se coberto por florestas, sendo essa característica mais evidente nas províncias do Sul – Bela Krajina, Notranjska e Dolenjska. Aí, as estradas são meras faixas estreitas num mar verde e denso que até as próprias aldeias parece engolir. Pouco povoada e remota, esta região, sobretudo na área de Kocevje, abriga algumas espécies de mamíferos selvagens, tão raros como linces, chacais e algumas centenas de ursos. Foram também estes terrenos acidentados que serviram de refúgio e quartel-general aos Partisans, o movimento de resistência da Segunda Guerra Mundial.

O Norte é desenhado pelos elevados cumes dos Alpes Julianos, baptizados pelo próprio César. Na cordilheira destaca-se o Monte Triglav, o pico mais alto do país (2864 metros), cuja silhueta tem a honra de constar na bandeira nacional. A seus pés descansa o lago Bohinj, um manso espelho de água rodeado de bosques e cumes nevados e palco de actividades desportivas durante todo o ano. E perto dali fica Kranjska Gora, a maior estância de esqui da Eslovénia.

O litoral não ultrapassa os 47 km de extensão. Apesar da transparência das águas, as praias não são fantásticas, ao contrário de cidades como Koper, Izola e Piran, pequenas jóias de arquitectura gótica veneziana sobre o Adriático.A grande figura literária da nação é France Preseren (1800-1849), ainda hoje o mais amado dos poetas eslovenos. Destaca-se igualmente a Filarmónica Eslovena, uma das mais antigas do mundo, que teve Brahms, Haydn e Beethoven como membros honorários e Gustav Mahler como maestro residente.

A cozinha eslovena também é grandemente influenciada pelos países vizinhos. Junto à costa, além de excelente peixe grelhado e mariscos, servem-se pratos italianos como pizzas, massas e risottos. A Norte é a culinária da Áustria e da Hungria que predomina, com os menus a apresentarem os típicos wiener schnitzel (costeleta panada) e goulash. As especialidades genuinamente eslovenas encontram-se sobretudo na zona dos Alpes Julianos e consistem em misturas de cereais com produtos lácteos, como zganci, milho moído com toucinho e iogurte. Entre as sobremesas destacam-se as palacinke, panquecas recheadas de compota, nozes ou chocolate, e o potica, um bolo de nozes que é uma instituição nacional.

Liubliana, a capital
Tal como o resto do país, a capital concentra num espaço reduzido o melhor de várias cidades europeias. Tem pequenos cafés de charme parisiense, quase tantas bicicletas como Amesterdão, os edifícios barrocos e o ambiente artístico de Praga. Tudo isto sem multidões de turistas e em distâncias que facilmente são percorridas a pé, permitindo a visita aos lugares mais emblemáticos num só dia, com tempo ainda para desfrutar dos inúmeros bares e restaurantes com esplanadas voltadas para as margens do rio Liublianica. Aos pés do Castelo aninha-se a parte antiga, um dédalo encantador de ruas medievais, ladeadas por edifícios Arte Nova onde se encontram a Catedral de S. Nicolau, a Fonte Robba e a bela Ponte do Dragão

A visitar
No Noroeste , o Parque Nacional de Triglav engloba as mais bonitas paisagens montanhosas do país, incluindo os lagos Bohinj e Bled. Não muito longe, fica Soca, nome de um vale e do rio azul-glaciar que o atravessa, um lugar sereno apesar de ter sido palco de uma das mais terríveis batalhas da Segunda Guerra Mundial.Também a Norte, Logarska Dolina é um extenso vale rodeado de cumes nevados e uma área excelente para explorar a pé. Por sua vez, na costa do Adriático, é obrigatório visitar Piran, uma das mais bem preservadas do Adriático, com um autêntico ambiente mediterrânico. Por último, as Grutas Skocjan, Património Mundial desde 1986, são as mais impressionantes do país